quarta-feira, 14 de abril de 2010

(Lição 11) Controlando os impulsos consumistas



O dilema é antigo, mas a indefinição persiste por toda a nossa vida. O apelo do consumidor é massificante, e é um tal de a gente sair gastando à toa por aí, comprando toda sorte de quinquilharia que não sobra nada para poupar. Se quando nada sobra já é ruim, imagine quando a gente entra no cheque especial ou fica devendo no cartão de crédito.

A procura do equilíbrio é tarefa inglória, exigindo uma mudança de comportamento e um total controle sobre impulsos consumistas e perfeita administração das datas tradicionais de compras.

Um consumo por tradição seria por conta daquelas ocasiões em que somos compelidos a consumir por conta de datas comemorativas: Natal, Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia das Crianças ( essa recente pressão consumista, difícil de negociar com a ditadura dos baixinhos... ), Dia de Finados ( o preço das flores sobe uma barbaridade e, se bobear, reflete no índice de inflação...) e tantos aniversários(conheço gente que comemora o aniversário do cachorro, do automóvel e do dia que acabou de pagar o apartamento pela Caixa...).

Pergunto eu: que justificativa racional existe para essa febre de presentes e de gastos? Porque sair correndo para comprar provocando aumento de preços e inflação? Como vocês já sabem eu só compro ovo de Páscoa no dia seguinte, quando os preços já caíram pela metade e tanto faz a grife do chocolate, desde que seja conhecida, nunca a mais cara (como a tal Godiva, importação de franquia de deslumbrados emergentes...). Por acaso as crianças já sabem a diferença de qualidade? Elas querem é a farra de procurar os ovinhos escondidos, coisa que os pais tem preguiça de fazer...

Impulso consumista seria o consumo desmesurado, compulsivo e irracional, que, às vezes, até comporta algo de tradição no comportamento. Já pensaram quanto custa uma indumentária feminina para ir a casamento? O tal vestido para o casamento e seus acessórios sem hoje, na média, na base de uns R$ 1.000,00, para serem gastos provavelmente em uma única usada, pois, não há mulher que aceite repetir vestido em casamento.
Já pensaram quanto renderiam esses R$ 1.000,00 na poupança, pelo resto da vida? E aposto que, ao invés da sua ida ao casamento, os noivos negociariam sua ausência por uns R$200.00 em dinheiro e nunca mas esqueceriam essa ajudazinha...

Na compulsão ao consumo pela boca, quando um casal vai a uma churrascaria rodízio com alguns chopes e sobremesa, deixa lá, após gorjeta, cerca de R$ 80,00. Se fosse a uma fast-food comer um hambúrguer com refrigerante e sorvete, sobrariam R$ 70,00 para botar na poupança...

Consumir para aderir status é outra bobeada. Com o advento das novidades no mundo da informática, fica feio não ter o seu Laptop, apesar de um PC em casa. E, agora, tem que ser um Pentium 800 MHZ, 256 Mbytes RAM, 17.2 GigaByte de HD, monitor com tela plana e kit Multimídia 56x, com Windows’2000, e outros software tipo Word, Access, tutorias Tecnomatic, Excel, etc. Para que tudo isso, para quem não sabe nem sair de uma tela congelada, que no final de um texto deleta tudo distraidamente e fica uma fera por que não consegue navegar na Internet, pensando que o etc é um software que não foi instalado...?

Se fizer as contas, os R$ 6.000,00 dessa parafernália computadorizada dobrariam seu valor em quatro anos depositados em fundos de investimentos nas sempre maiores taxas de juros do mundo aqui vigente, enquanto aplicamos em equipamento ocioso, que nada mais valem após dois anos de absolescência.

Por essas e outras, que para aproveitar o dinheiro aplicado, na antiga inflação, eu agüentava o apelo e só comprava a Playboy no fim do mês, com o preço fixo já desvalorizado e com desconto porque já ia sair outro número... Pena que essas jogadas acabaram e agora tenho que me adaptar aos novos tempos.

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